sábado, 17 de maio de 2008

MISTIFÓRIO DE EMOÇÕES

Minha natureza é discreta, mas minhas emoções são intensas. Sou eu que permito a passagem do sol. Permito a luz e o calor à vida. Também recebo silenciosa o frescor das chuvas e protejo o ambiente da fúria dos temporais. Refresco os ambientes com a passagem das brisas e sou acariciada pelo balançar das cortinas. Às vezes sirvo de refúgio para que os namorados apaixonados murmurem juras à luz da lua. Em outras ocasiões, sou o ombro amigo que ampara aqueles que precisam refletir ou calar suas mágoas ou alegrias. Quando fechada abrigo a intimidade.
Apesar de tudo, sou tratada com insensibilidade, pronta a servir somente e nada a receber. Acolho, mas não sou vista porque o panorama tem mais graça e atrativos. Porém, sou eu que autorizo a aparição do exterior que tanto encanta quem de mim faz uso.
Sou feliz mesmo assim, pois sou consciente da minha imensurável importância. Sei que sou o elo entre o particular e o exterior. Medio esses dois mundos, eu...janela!

Dálma e Silvana

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